Sejamos claros: a maior força da candidatura de Fernando Nobre é o facto de o candidato, ao contrário de todos os outros, não ter nunca feito parte do sistema partidocrata que tem hoje as maos tão sujas por nos ter arrastado a todos para a presente situação.
Ao contrário dos candidatos apoiados pelos partidos políticos, o candidato e fundador da AMI, decidiu avançar porque “neste momento da nossa crise nacional, eu tinha deveres para com Portugal” e porque ouviu o “apelo da cidadania”, sentido-se particularmente compelido a lançar uma candidatura presidencial porque “Nunca vivi do sistema e tenho tantas culpas na situação do país como os meus caros amigos. Acho que eles têm muito mais do que eu”, referindo-se a Manuel Alegre (que nunca fez vida fora da política) e Cavaco Silva que foi Primeiro-ministro várias vezes e que é especialmente responsável pelo desperdício de tantos fundos europeus e pela desindustrialização massiva do nosso país desde a década de 90.
E Nobre tem razão, obviamente. Se queremos manter tudo como está, nas mesmas mãos que se governaram a si próprias e nos desgovernaram a nós, então como diz o candidato devemos “continuar com o sistema tal qual vigorou até hoje, vão ter candidatos do sistema, votem neles”. Quem quiser começar a mudar algo de significativo, então
Ainda que por algumas das suas posições, o candidato possa ser associado aos temas geralmente defendidos pela Esquerda, de facto não é possível enclausurar de uma forma tão absoluta ou redutora o posicionamento político de Fernando Nobre. Como recorda: “mais do que palavras – acho que as palavras estão gastas e esgotadas – são as acções. De palavreado é muito fácil dar-se um carimbo de esquerda ou de direita. Eu demonstrei na prática o que sou, e não foi em seis meses ou num ano – levo 31 anos de intervenção social”. E de facto, a realidade dos factos dá-lhe razão… é difícil descortinar no Socretismo uma verdadeira “política de Esquerda” além do vão e infundado palavreado e as políticas – quando governo – do bi-partido PS-PSD são virtualmente idênticas. Para quebrar esta cristalização imobilizadora da politica nacional e um descrédito radical na autoridade do Estado e no próprio futuro do país que se instalou numa grande maioria dos cidadãos há que ter “forças anímicas para mobilizar um povo que está numa descrença total, que já não acredita, que está de novo a emigrar” não sendo nem úteis nem positivas as declarações irresponsáveis do atual Presidente da República com o seu reiterado discurso da “tanga” e do depressivo “estamos à beira do colapso”. É verdade que estamos mas tal tipo de discurso negativista, sem solucoes ou alternativas deprime não mobiliza nem polariza as energias tradicionais que Portugal sempre soube ter nos (vários) momentos de grande crise da sua História. Como afirma Nobre “o povo português é ímpar desde que devidamente dirigido por lideranças que dão exemplo de esforço, que tenha desígnios, estratégias”. E é precisamente isso que tem faltado à nossa classe política: a definição de uma estratégia que seja capaz de agregar em torno de si todo o país, de despertá-lo desta apatia suicidária que ora nos carateriza e orientar o país para um novo rumo polarizador e capitalizar de energias. E que rumo pode ser esse? A Europa não, certamente, já que a União Europeia parece sem rumo nem capacidade para vencer a crise do endividamento que a assola e que resulta de decadas de globalizacao e desindustrialização massivas. Então qual pode ser esse grande desígnio nacional? A Lusofonia global e dinâmica que é precisamente o sexto dos 15 desígnios nacionais do candidato Fernando Nobre.
Filed under: Fernando Nobre, Política Nacional, Portugal